Quando iniciou os briefings, o Secretário de Estado
adjunto Pedro Lomba explicou que a ideia destes encontros com
jornalistas era combater a “desinformação” e o discurso “superficial e
vazio que alimenta o sentimento antipolítica”.
Depois desse primeiro briefing – feito ao lado da então
secretária de Estado Maria Luís Albuquerque, para esclarecer o assunto swap –
Vítor Gaspar demitiu-se. Nessa tarde Maria Luís Albuquerque foi nomeada
ministra das Finanças. No dia seguinte, após o segundo briefing, e por causa da
nomeação do dia anterior, demitiu-se irrevogavelmente Paulo Portas.
Depois... bem, depois: os briefings foram cancelados; o
governo esteve por um fio; ensaiou-se uma remodelação; Passos não aceitou a
demissão irrevogável; Portas afinal foi promovido a vice primeiro-ministro;
Cavaco não aceitou a remodelação e encenou a rábula da salvação nacional; a
salvação nacional falhou; Cavaco afinal aceitou a remodelação; Portas foi
confirmado como vice; o PP de Portas assumiu a Economia; Álvaro foi dispensado; o novo Governo foi empossado; houve uma moção de confiança votada na AR, a pedido de… Cavaco; a moção foi
viabilizada pela maioria irrevogável.
Passada a tormenta, voltaram os briefings na semana
passada. No primeiro briefing Lomba explicou que “com a clarificação
política” após a votação da moção de
confiança, já era possível retomar as sessões. Que, recordo, visam combater a “desinformação”
e o “discurso superficial que alimenta o sentimento antipolítica”.
No segundo briefing o secretário de Estado Pais Jorge
regou-se com a gasolina dos swap. No terceiro briefing, Pedro Lomba acendeu o
fósforo das “inconsistências problemáticas” nas declarações de Pais Jorge. No
terceiro dia, hoje, aconteceu o óbvio: Pais Jorge demitiu-se
Resulta daqui que estes briefings até podem ser
bem-intencionados, mas transportam-me o cérebro para aquele Benfica de Artur Jorge que tinha um
dos melhores guarda-redes do mundo, Preud’homme, mas depois na defesa só tinha
jogadores da estirpe de Bermudez, Tahar, King ou Nelo. Escusado será dizer que não houve guarda-redes (ou flash interview) que valesse ao treinador.
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